quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Para um alguém.




Por que isso? Por que apareceste se não irias ficar?

O destino nos prega peças que não podemos suportar. Quando o vi, senti uma satisfação tão grande! Parecia que eu ia explodir, meus sentimentos entraram em ebulição, não cabiam dentro de mim tão grandes e fortes eram. Não me pergunte a definição do que senti. Foram tantos! Alegria, satisfação, esperança!... Amor?...

Um rubor coloriu minha face. Não tive como disfarçar. Acho que alguém deve ter percebido. Sim, sempre tem alguém nos observando. Menos você. Torci, pedi aos Deuses que fizessem com que seu olhar procurasse pelo meu no meio daquela multidão!...

Você quase os ouviu, você quase... e ficou por aí... Ainda tentou, meio de relance, por entre as pessoas que caminhavam... E novamente quase... Ai, essa expectativa!... essa indefinição....

Parou! Você simplesmente parou e deixou a multidão caminhando sozinha, enquanto eu caminhava em sua direção. Queria eu que nossos olhares pudessem se cruzar, e que você então me visse!...

Mas justamente no momento em que estava perto, você está de costas...

Me acovardei. Não tive coragem de falar-lhe. De dizer um simples “oi, quanto tempo!”....

Agora estou aqui. Sofrendo calada. Querendo arrancar de dentro de mim toda e qualquer lembrança de você. Mas não consigo. Estou me sentindo sem forças... Tenho ao menos algumas gotas de esperanças...

De que talvez, os Deuses tenham ao menos sussurrado em seu ouvido qualquer coisa que te fizesse lembrar de mim...

Enquanto eu tento te esquecer...


"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas.Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos." (Clarice Lispector)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Simplesmente

Samuel Rosa e Chico Amaral

Simplesmente posso esperar
Aqui por você
Uma eternidade, uma tarde inteira
Simplesmente posso encontrar
Qualquer distração
Ruas da cidade restos de uma feira
Tomo um atalho no largo
Só para te perder
Enquanto olho os aviões
Nada tremeu no ar
Não vi nem um sinal
Mesmo assim eu posso esperar

Simplesmente posso esquecer
Da guerra ou da paz
Uma eternidade, uma tarde inteira
Calmamente posso contar
As nuvens no céu
Rostos na vidraça flores nesta praça
Desço a consolação só pra coincidir
Leio manchetes por aí
Nada tremeu no ar
Não vi nem um sinal
Mesmo assim eu posso esperar

Até deixar um recado na tarde
Uma simples saudade que você vai sentir
Quando sentar-se a mesa
Uma simples certeza
Que agora você que espera por mim



Canção maravilhosa na voz de Marina Machado. Vale a pena