Quando perguntaram-na o que sentia, não respondeu nada, não conseguia definir tantas eram as sensações. Apenas chorou, como há muito não fazia. Foi um choro sincero, doído, daqueles que vem do fundo da alma, sentido.
Disse que relutava há tempos para evitar aquilo. Aquilo o quê?
Sempre se manteve forte, sempre afirmava às pessoas que estava tudo bem, afinal de contas, precisava chegar até o final. Final de quê?
Mentia para si mesma. Muitas vezes não percebia que estava enganando-se. Acrediatava-se forte, capaz e todos os adjetivos sinônimos enfim. Ser forte, o que significa isso?
Nos primeiros instantes sentiu vergonha, uma imensa vergonha. Pediu desculpas.
No dia seguinte ouviu de um estranho que não devemos ter vergonha de chorar. Não devemos ter medo de mostrar ao outro que estamos sofrendo, que não estamos bem, que precisamos de ajuda, que precisamos que alguém nos ouça, que nos dê um colo, que nos acarinhe. Esse estranho chega a afirmar que o mal das pessoas de hoje é justamente não admitirem o que sentem.
E ela admitiu. Pelo menos naqueles instantes demonstrou que estava frágil. Não sei se outro a entendeu. Quem entende o que se passa com o próximo?
Mil coisas a atormentam a partir de então. Entendeu que a todo instante estava fugindo de si mesma, que na verdade relutava a conversar consigo, a dar-se um tempo, a ouvir-se. Passou a definir – pelo menos a tentar definir (se é que algo é totalmente definível nesta vida) – o que significa o final. Até que ponto podemos tentar atingi-lo sem esquecermos de nós mesmos, das pequenas coisas, dos pequenos gestos.
Pois ela chorou.
Disse que relutava há tempos para evitar aquilo. Aquilo o quê?
Sempre se manteve forte, sempre afirmava às pessoas que estava tudo bem, afinal de contas, precisava chegar até o final. Final de quê?
Mentia para si mesma. Muitas vezes não percebia que estava enganando-se. Acrediatava-se forte, capaz e todos os adjetivos sinônimos enfim. Ser forte, o que significa isso?
Nos primeiros instantes sentiu vergonha, uma imensa vergonha. Pediu desculpas.
No dia seguinte ouviu de um estranho que não devemos ter vergonha de chorar. Não devemos ter medo de mostrar ao outro que estamos sofrendo, que não estamos bem, que precisamos de ajuda, que precisamos que alguém nos ouça, que nos dê um colo, que nos acarinhe. Esse estranho chega a afirmar que o mal das pessoas de hoje é justamente não admitirem o que sentem.
E ela admitiu. Pelo menos naqueles instantes demonstrou que estava frágil. Não sei se outro a entendeu. Quem entende o que se passa com o próximo?
Mil coisas a atormentam a partir de então. Entendeu que a todo instante estava fugindo de si mesma, que na verdade relutava a conversar consigo, a dar-se um tempo, a ouvir-se. Passou a definir – pelo menos a tentar definir (se é que algo é totalmente definível nesta vida) – o que significa o final. Até que ponto podemos tentar atingi-lo sem esquecermos de nós mesmos, das pequenas coisas, dos pequenos gestos.
Pois ela chorou.
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