sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O Lustre - Reflexões

Terminei finalmente, a leitura do livro O Lustre, de Clarice Lispector.


Antes de mais nada, quero deixar claro que não pretendo fazer aqui uma análise crítica do mesmo, apenas relatar algumas das impressões que tive. Aproveito para comentar que este simplório blog recebeu algumas visitas em decorrência dos trechos que transcrevi. Espero que tenham gostado.

Gosto do jeito como Clarice escreve. Mas não conhecia, até então, a presente obra. Li em um site uma opinião positiva e resolvi lê-lo.

A princípio empolguei-me na leitura. Mas num dado momento não consegui manter mais um ritmo freqüente de leitura. Talvez porque a forma densa como a vida da personagem principal, Virgínia, é narrada...

Bem, a narração é sobre sua vida exterior e interior. Seus anseios, suas angústias, suas inquietações. Exterior no sentido que remete às suas relações e acontecimentos. Interior no sentido do que pensa, sente.

É uma narrativa penetrante, mas ao mesmo tempo angustiante. Vai desde a infância até a sua vida adulta. E... bem, não conto o final, porque perde a graça.

Clarice consegue fazer com que nos envolvamos com as reflexões de Virgínia. E estas não são sempre leves. Trazem consigo o que a alma anseia expressar. E muitas vezes é uma “expressão carregada”, forte, densa. Chega a incomodar. Acho que isso explica claramente como me senti, não somente ao longo da narrativa, mas principalmente pelo final. É como um “tapa na cara”; um choque. A primeira coisa a se pensar é algo como “a vida é tão efêmera; tão simples, vã; forte, pesada...”

É um romance que merece uma análise aprofundada. Diria que no mínimo duas leituras se fazem necessárias. A primeira para ter uma noção da narrativa; a segunda para compreender. É carregada de simbolismos: chapéu, mar, o próprio lustre. A relação que possui com o irmão Daniel.

Enfim, é um livro pelo qual não se consegue passar incólume.

sábado, 24 de outubro de 2009

De se emocionar

Sempre me emociono. Choro. Sou uma chorona assumida, uma sensível contumaz.

Mas gosto de ser assim. Prefiro ser assim.



“Mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou.”
João Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas

Guimarães Rosa abraçando a mãe, Chiquitita, e a filha Vilma
 


Imagem daqui.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Do dia que se vive

Há dias em que há convite para uma pausa. Não é para apenas ver o tempo passar. Mas sentir o tempo, a vida. Refletir. Conversar um pouco consigo. Não ter obrigações a cumprir, a não ser a de viver. Viver intensamente este dia que é uma dádiva. Descansa a alma. 

Leveza...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Do Retorno

E de repente vem a vida de novo, com sua dinâmica cíclica e traz de volta pendências que ficaram pelo caminho, na forma de gente. Gente essa que não foi muito gentil quando de suas atitudes.


Mágoas. Foi o que essa gente toda deixou.

E agora, que estão de volta, como se nada houvesse acontecido, chegaram com a maior cara lavada. Risonhos e leves. Isso porque não carregam nenhum fardo. Ele foi despejado antes de partirem. Também, pimenta nos olhos dos outros é refresco!

 
Imagem daqui.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Biblioteca, lugar de (não) silêncio

Biblioteca é lugar de silêncio, correto? Depende, há quem não concorde com isso, embora eu não esteja dentro desse grupo, compreenderam?

Essa semana precisei ir à biblioteca da Universidade onde estudei, para fazer pesquisa. Até aqui, tudo normal. Foi até bom, pois “revivi” aquele tempo de estudante e deu muitas saudades. E como eu gosto de ler, de me informar, estava realizando uma tarefa bastante agradável. Não fosse por umas alunas, provavelmente calouras, dada a aparência delas, como idade e afins.

Eram 3 “meninas”. Uma delas, assim que entrou no andar em que eu e outras pessoas estávamos, já chegou com o seu andar quebrando toda a atmosfera de harmonia que havia. Tem coisa mais irritante, além de mal educado, que andar arrastando o pé no chão? Aquele barulho ia lá no “fundo do meu cérebro”. Me deixou incomodada, e como ando meio sem paciência com futilidades – na verdade, nunca tive – me contive e contei até 1 milhão para não falar nada. Respirei fundo e voltei para minha leitura.

Houve uma pausa. Momentânea, apenas. Como dizem “alegria de pobre dura pouco”. E a minha durou o tempo suficiente para elas encontrarem os livros de que precisavam para suas pesquisas.

Bibliografia em mãos, retornam as 3 mosqueteiras. E adivinhem onde se sentaram? Ah! “alegria de pobre dura pouco” parte 2. Como não podia deixar de ser, ao MEU LADO!

Ah! fala sério! Ninguém merece! Fiquei “a pensar” (inocentemente) “quem sabe lendo elas se comportem”?

LedoIvoEngano. Minha paciência ainda tinha que ser testada! E eu tinha que por em prática tudo o que já li sobre “controle sua irritabilidade / tenha compaixão da ignorância alheia” e por aí vai...

Como é de se imaginar, puseram-se a discutir o trabalho que deveriam realizar em VOZ ALTA! Quase gritei “som na caixa DJ!”.

Se ao menos conversassem como pessoas normais, ainda ia. Mas como se não bastasse, a mesma “indivídua” que chegou carregando o mundo nas costas e arrastando o pé no chão devido ao peso, foi a que mais se manifestou. E o pior de tudo – outra coisa irritante – são aquelas meninas/mulheres que conversam fazendo aquela vozinha, meio fanha para poderem chamar a atenção. Infelizmente através da escrita não é possível eu dar detalhes de como seja essa forma de conversar. (Mas para quem não conhece, é como criança quando quer ganhar algo e conversa fazendo manha para tentar “impressionar”.). E claro, não podia deixar de vir junto as “gírias”, o vocabulário pobre, “tipo assim”...


Não estava mais incomodada. Não. Estava no limite de irritação! Tive que contar até 2 milhões para não dizer “ow! To tentando ler, será que posso?”

Duas horas após ter que me sujeitar a isso, a essa tortura, elas finalmente se foram. E como não podia deixar de ser, me pus a refletir.

  • Como as pessoas perderam a noção de espaço.
  • Como as pessoas perderam a noção do respeito ao próximo.
  • Como as pessoas perderam a noção do ridículo.
  • Como a individualidade está sendo trocada pelo individualismo.
  • Como (alguns) jovens estão regredindo.

Eu sei que irão me dizer “é normal o jovem falar gíria, nós também já fomos assim um dia”. Sim eu sei e concordo, mas acho que há lugar e hora para isso. A forma como eu converso com meu colega de rua, nos butiquins da vida, não posso conversar com meu chefe. A forma que me comporto nos “bailes funk” da vida, não pode ser na Universidade. Tenho que ter em mente que não vivo sozinha no mundo e que há pessoas ao meu redor que não são obrigadas a aturar a minha falta de compostura, minha falta de respeito pelo próximo. 

Só sei que estou muito preocupada. O que será de nós no futuro considerando que eles é que estarão na ativa?




Imagem daqui.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mas já?

Eu falei, a uns posts atrás, que dentro em breve viria dar Feliz Natal.

Pois então, já estamos em outubro. Como este ano voou! Nossa, sinto como se não tivesse feito nada ao longo desses 9 meses que já se foram. Alto lá! Não precisa fazer nenhuma piadinha com isso, deixe que eu mesma faço: vejamos se algo produtivo "nasce" após este tempo. Veremos no decorrer destes primeiros dias do mês de outubro, 10º mês do ano...

Brincadeiras à parte - sim, porque às vezes é preciso um pouco de humor, ou quem sabe até de ironia, para que se leve a vida... - fato é que depois volto com mais observações.

Enquanto isso, vivamos o 10º mês, com intensidade. Afinal de contas daqui há pouco já é outro ano.

Inté.