sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Biblioteca, lugar de (não) silêncio

Biblioteca é lugar de silêncio, correto? Depende, há quem não concorde com isso, embora eu não esteja dentro desse grupo, compreenderam?

Essa semana precisei ir à biblioteca da Universidade onde estudei, para fazer pesquisa. Até aqui, tudo normal. Foi até bom, pois “revivi” aquele tempo de estudante e deu muitas saudades. E como eu gosto de ler, de me informar, estava realizando uma tarefa bastante agradável. Não fosse por umas alunas, provavelmente calouras, dada a aparência delas, como idade e afins.

Eram 3 “meninas”. Uma delas, assim que entrou no andar em que eu e outras pessoas estávamos, já chegou com o seu andar quebrando toda a atmosfera de harmonia que havia. Tem coisa mais irritante, além de mal educado, que andar arrastando o pé no chão? Aquele barulho ia lá no “fundo do meu cérebro”. Me deixou incomodada, e como ando meio sem paciência com futilidades – na verdade, nunca tive – me contive e contei até 1 milhão para não falar nada. Respirei fundo e voltei para minha leitura.

Houve uma pausa. Momentânea, apenas. Como dizem “alegria de pobre dura pouco”. E a minha durou o tempo suficiente para elas encontrarem os livros de que precisavam para suas pesquisas.

Bibliografia em mãos, retornam as 3 mosqueteiras. E adivinhem onde se sentaram? Ah! “alegria de pobre dura pouco” parte 2. Como não podia deixar de ser, ao MEU LADO!

Ah! fala sério! Ninguém merece! Fiquei “a pensar” (inocentemente) “quem sabe lendo elas se comportem”?

LedoIvoEngano. Minha paciência ainda tinha que ser testada! E eu tinha que por em prática tudo o que já li sobre “controle sua irritabilidade / tenha compaixão da ignorância alheia” e por aí vai...

Como é de se imaginar, puseram-se a discutir o trabalho que deveriam realizar em VOZ ALTA! Quase gritei “som na caixa DJ!”.

Se ao menos conversassem como pessoas normais, ainda ia. Mas como se não bastasse, a mesma “indivídua” que chegou carregando o mundo nas costas e arrastando o pé no chão devido ao peso, foi a que mais se manifestou. E o pior de tudo – outra coisa irritante – são aquelas meninas/mulheres que conversam fazendo aquela vozinha, meio fanha para poderem chamar a atenção. Infelizmente através da escrita não é possível eu dar detalhes de como seja essa forma de conversar. (Mas para quem não conhece, é como criança quando quer ganhar algo e conversa fazendo manha para tentar “impressionar”.). E claro, não podia deixar de vir junto as “gírias”, o vocabulário pobre, “tipo assim”...


Não estava mais incomodada. Não. Estava no limite de irritação! Tive que contar até 2 milhões para não dizer “ow! To tentando ler, será que posso?”

Duas horas após ter que me sujeitar a isso, a essa tortura, elas finalmente se foram. E como não podia deixar de ser, me pus a refletir.

  • Como as pessoas perderam a noção de espaço.
  • Como as pessoas perderam a noção do respeito ao próximo.
  • Como as pessoas perderam a noção do ridículo.
  • Como a individualidade está sendo trocada pelo individualismo.
  • Como (alguns) jovens estão regredindo.

Eu sei que irão me dizer “é normal o jovem falar gíria, nós também já fomos assim um dia”. Sim eu sei e concordo, mas acho que há lugar e hora para isso. A forma como eu converso com meu colega de rua, nos butiquins da vida, não posso conversar com meu chefe. A forma que me comporto nos “bailes funk” da vida, não pode ser na Universidade. Tenho que ter em mente que não vivo sozinha no mundo e que há pessoas ao meu redor que não são obrigadas a aturar a minha falta de compostura, minha falta de respeito pelo próximo. 

Só sei que estou muito preocupada. O que será de nós no futuro considerando que eles é que estarão na ativa?




Imagem daqui.

2 comentários:

Emanuel disse...

Olá. Eu passei por isso. Morava com uma pessoa que ligava Heavy Metal no máximo e SAÍA DE CASA. Dizia ele que se "esquecia".
¬¬"
Eu o odiei durante muito tempo. Até um dia em que, precisando dormir, trabalharia no dia seguinte, ele chega 3h da madruga, põe o som no máximo...
Inspiro fundo, tento dormir.
7h30. Acordo, tomo banho, me arrumo para trabalhar... e CHUTO A PORTA DO INDIVÍDUO ATÉ ELE CAIR DA CAMA.
Nunca mais tive problemas.
=)
Nem sempre as pessoas fazem por mal. A maior parte das vezes, fazem pela mais pura, intensa e concentrada IGNORÂNCIA. E existem bênçãos que destroem todas as vidraças. Que não sejam, então, as da nossa própria.
Bjo.

Raquel disse...

Olá Emanuel!

Bom vê-lo por aqui!

Realmente, eu não consigo entender como há quem não se importe de importunar o outro. E dão a desculpa que não "sabiam"...

Ou então, até que se "chute a porta do sujeito"... rsss... boa a sua iniciativa. O único risco é a pessoa querer levar isso a diante e te dizer "vai encarar"? Mas muitas das vezes nossa impaciência é tamanha - para não dizer outra coisa - que somos capazes de respoonder "sim, vou encarar, por quê?"

Bjs.
^^!