domingo, 28 de dezembro de 2008

Hoje eu quero sair só...




Lenine / Caxa Aragão / Mu Chebabi


Se Você Quer Me Seguir
Não É Seguro
Você Não Quer Me Trancar
Num Quarto Escuro
Às Vezes Parece Até
Que A Gente Deu Um Nó
Hoje Eu Quero Sair Só...

Você Não Vai Me Acertar
À Queima-Roupa
Vem Cá, Me Deixa Fugir
Me Beija A Boca
Às Vezes Parece Até
Que A Gente Deu Um Nó
Hoje Eu Quero Sair Só...

Não Demora Eu Tô De Volta
(Tchau!)
Vai Ver Se Eu Tô Lá Na Esquina
Devo Estar!
(Tchau!)
Já Deu Minha Hora
E Eu Não Posso Ficar
(Tchau!)
A Lua Me Chama
Eu Tenho Que Ir Prá Rua
(Tchau!)
A Lua Me Chama
Eu Tenho Que Ir Prá Rua...

Hoje Eu Quero Sair Só!
Hoje Eu Quero Sair Só!
Hoje Eu Quero Sair Só!

Huuuum!
Você Não Vai Me Acertar
À Queima-Roupa, Naum!
Vem Cá, Me Deixa Fugir
Me Beija A Boca
Às Vezes Parece Até
Que A Gente Deu Um Nó
Hoje Eu Quero Sair Só...

Não Demora Eu Tô De Volta
(Tchau!)
Vai Ver Se Eu Tô Lá Na Esquina
Devo Estar!
(Tchau!)
Já Deu Minha Hora
E Eu Não Posso Ficar
(Tchau!)
A Lua Me Chama
Eu Tenho Que Ir Prá Rua
(Tchau!)
A Lua Me Chama
Eu Tenho Que Ir Prá Rua
(Tchau!)

Vai Ver Se Eu Tô Lá Na Esquina
Devo Estar!
(Tchau!)
Já Deu Minha Hora
E Eu Não Posso Ficar
(Tchau!)
A Lua Me Chama
Eu Tenho Que Ir Prá Rua
(Tchau!)
A Lua Me Chama, Chama...

Hoje Eu Quero Sair Só!
Hoje Eu Quero Sair Só!
Hoje Eu Quero Sair Só!
Hoje Eu Quero Sair Só!
Tchau! Tchau!
Tchau! Tchau!

A Lua Me Chama
(Tchau!)
Eu Tenho Que Ir Prá Rua
(Tchau!)
A Lua Me Chama
Eu Tenho Que Ir Prá Rua...

Hoje Eu Quero Sair Só!
Hoje Eu Quero Sair Só!
Hoje Eu Quero Sair Só!
Hoje Eu Quero Sair Só!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Uma frase para representar meu momento...

"Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraco para entrar."

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Das incertezas

Um aperto no coração. É o que estou sentindo hoje... Um misto de sentimentos que não consigo definir. Não sei se é tristeza, se é “dor”, se é saudade, arrependimento, raiva...

Tem momentos que juramos que as coisas caminharão para um rumo definido. Mas eis que de repente, tudo fica suspenso no ar... Mil dúvidas, mil porquês... E nenhuma resposta...

Estou num túnel. Num imenso túnel. Caminho, caminho, caminho... E não encontro a saída. Nem ao menos uma ponta de luz sequer... Estou só. Perdida em meio à falta de direção e em meio aos meus sentimentos e certezas.

Se ainda tenho alguma certeza? A de que estou viva. Sim, a de que estou viva, porque meu coração bate num ritmo tão acelerado, que não tem como não senti-lo. A certeza de que estou perdida. Sim, estou perdida, pois caminho, e não encontro a saída. A certeza de que estou só. Sim, estou só, pois olho para os lados e não vejo ninguém. Não vejo nada. Aliás, vejo o nada. E este nada tem teimado em invadir o meu ser. Estou com medo.

A única coisa que me resta, é continuar caminhando em linha reta... Quem sabe ela me leve a algum lugar? Ter pelo menos alguma esperança; ter esta esperança... Quem sabe assim, o nada ainda me deixe livre... E só...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Esaú e Jacó

"(...)o tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo, uma flor, um pássaro, uma dama, um castelo, um túmulo. Também se pode bordar nada. Nada em cima do invisível é a mais sútil obra deste mundo, e acaso do outro."

(Machado de Assis)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Exausto




"Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o sono profundo das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes."

(Adélia Prado)



Estava ali. A oportunidade estava bem à minha frente... Bastava eu tomar as rédeas da situação. Mas me faltou coragem. Hoje não quero pensar. Nem quero sentir. Quero ter o "sono profundo" já dito pela poeta...

Mas o destino sabe o que faz. Acho que hoje ele plantou uma semente...

Enquanto isso, quero descansar...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

...




"Nunca são as coisas mais simples que aparecem quando as esperamos. O que é mais simples, como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se encontra no curso previsível da vida. Porém, se nos distraímos do calendário, ou se o acaso dos passos nos empurrou para fora do caminho habitual, então as coisas são outras. Nada do que se espera transforma o que somos se não for isso: um desvio no olhar; ou a mão que se demora no teu ombro, forçando uma aproximação dos lábios."


(Nuno Júdice)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O Céu




Hoje a noite está mais bonita!


É sério!


Está acontecendo no céu, uma tríplice conjunção, onde a olho nu é possível ver, a nossa magnânima Lua, acompanhada de Mercúrio e Vênus.



Da Esperança




De repente o tempo parou. Parecia que existia somente eu. Eu e as borboletas que insistiam em borboletear dentro de mim! Uma alegria tomou conta do meu ser. Nada mais parecia fazer importância. Somente aquelas sensações...

Apenas uma notícia. Bastou apenas isso para que dentro de mim ressurgissem sementes de esperança. Mesmo que você nunca vá entender o que aconteceu naquele instante... Não me importo mais com isso. Quero apenas uma condição. Que as sementes brotem e que floresça um belo jardim, para que as borboletas continuem a borboletear enfeitando meu viver!

domingo, 30 de novembro de 2008

Lado B



Tela de Monet

Meu âmago é complexo e simples... Por mais paradoxal que possa parecer... Sim, sou um ser complexo, repleto de sentimentos que se misturam e se confundem... E que na simplicidade das pequenas coisas e dos pequenos gestos poderiam ser entendidos...

sábado, 29 de novembro de 2008

Preciso

"Eu preciso muito, muito de você. Eu quero muito, muito você aqui de vez em quando nem que seja, muito de vez em quando. Você nem precisa trazer maçãs, nem perguntar se estou melhor. Você não precisa trazer nada, só você mesmo. Você nem precisa dizer alguma coisa no telefone. Basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio. Juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro. Mas eu preciso muito, muito de você."


Caio Fernando Abreu.

Sim, eu preciso e espero...

Por que a ausência?
Por que a impossibilidade?
Por que a não resposta?

Quero não pensar...
Mas o não querer pensar me faz pensar...

Melhor seria o não sentimento meu.
E o seu?
Nem precisa responder. O silêncio já diz...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Para um momento consigo.




"Quando você se sentir sozinho, pegue o seu lápis e escreva. No degrau de uma escada, à beira de uma janela, no chão do seu quarto. Escreva no ar, com o dedo na água, na parede que separa o olhar vazio do outro. Recolha a lágrima a tempo, antes que ela atravesse o sorriso e vá pingar pelo queixo. E quando a ponta dos dedos estiverem úmidas, pegue as palavras que lhe fizeram companhia e comece a lavar o escuro da noite, tanto, tanto, tanto... até que amanheça."


Rita Apoena.



P.s.: O título do post é meu, não tem a ver com a autora.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

(...)

(...)
"Quando te vi pela primeira vez sem jeito de repente te vi assim como se não fosse ver nunca mais e seria bom que eu não tivesse visto nunca mais porque de repente vi outra vez e outra e outra e enquanto eu te via nascia um jardim nas minhas faces..."

(Caio Fernando Abreu)

Para um alguém.




Por que isso? Por que apareceste se não irias ficar?

O destino nos prega peças que não podemos suportar. Quando o vi, senti uma satisfação tão grande! Parecia que eu ia explodir, meus sentimentos entraram em ebulição, não cabiam dentro de mim tão grandes e fortes eram. Não me pergunte a definição do que senti. Foram tantos! Alegria, satisfação, esperança!... Amor?...

Um rubor coloriu minha face. Não tive como disfarçar. Acho que alguém deve ter percebido. Sim, sempre tem alguém nos observando. Menos você. Torci, pedi aos Deuses que fizessem com que seu olhar procurasse pelo meu no meio daquela multidão!...

Você quase os ouviu, você quase... e ficou por aí... Ainda tentou, meio de relance, por entre as pessoas que caminhavam... E novamente quase... Ai, essa expectativa!... essa indefinição....

Parou! Você simplesmente parou e deixou a multidão caminhando sozinha, enquanto eu caminhava em sua direção. Queria eu que nossos olhares pudessem se cruzar, e que você então me visse!...

Mas justamente no momento em que estava perto, você está de costas...

Me acovardei. Não tive coragem de falar-lhe. De dizer um simples “oi, quanto tempo!”....

Agora estou aqui. Sofrendo calada. Querendo arrancar de dentro de mim toda e qualquer lembrança de você. Mas não consigo. Estou me sentindo sem forças... Tenho ao menos algumas gotas de esperanças...

De que talvez, os Deuses tenham ao menos sussurrado em seu ouvido qualquer coisa que te fizesse lembrar de mim...

Enquanto eu tento te esquecer...


"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas.Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos." (Clarice Lispector)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Simplesmente

Samuel Rosa e Chico Amaral

Simplesmente posso esperar
Aqui por você
Uma eternidade, uma tarde inteira
Simplesmente posso encontrar
Qualquer distração
Ruas da cidade restos de uma feira
Tomo um atalho no largo
Só para te perder
Enquanto olho os aviões
Nada tremeu no ar
Não vi nem um sinal
Mesmo assim eu posso esperar

Simplesmente posso esquecer
Da guerra ou da paz
Uma eternidade, uma tarde inteira
Calmamente posso contar
As nuvens no céu
Rostos na vidraça flores nesta praça
Desço a consolação só pra coincidir
Leio manchetes por aí
Nada tremeu no ar
Não vi nem um sinal
Mesmo assim eu posso esperar

Até deixar um recado na tarde
Uma simples saudade que você vai sentir
Quando sentar-se a mesa
Uma simples certeza
Que agora você que espera por mim



Canção maravilhosa na voz de Marina Machado. Vale a pena

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O regresso


Ao regressar a seu posto, pois havia muito tempo que se afastara, poucos eram os que efetivamente queriam saber como se sentia. Temos que ser honestos que muitos perguntaram. Nem que fosse por obrigação. Mas perguntaram.

Sentiram-se aliviados com sua presença. Que bom que ele voltara! Você fez falta! O salvador da pátria!

Mas ele não era o Cristo.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A Casa do Lago




Desculpem-me, mas tive que remover este post! Algum professor(a) deve ter dado algum trabalho de análise do presente filme. Com isso, a procura por este meu post foi consideravelmente relevante nos últimos dias. Como sei do quanto as pessoas respeitam obras alheias, resolvi tirá-lo do ar. Caso algum colega seu apareça com algum trabalho mencionando inclusive o dicionário de Chevalier, não tenha dúvidas! Pode dizer ao seu professor(a) que seu referido companheiro(a) retirou o texto daqui. Agora, basta saber se deram os devidos créditos...

Sem mais...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008




(...)
Já não encontro o começo da meada,
não sei nem mesmo
se há uma ponta de saída,
ou se a loucura
vai num ritmo crescente
até subjugar a minha vida.
Não importa.
(...)

Flora Figueiredo

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Aquilo que a gente sente e que não conta para ninguém porque ninguém nos entenderia...




Essa imensa vontade de não sei o quê. Essa sensação que não sei descrever...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Do Subjetivo.




Quando perguntaram-na o que sentia, não respondeu nada, não conseguia definir tantas eram as sensações. Apenas chorou, como há muito não fazia. Foi um choro sincero, doído, daqueles que vem do fundo da alma, sentido.

Disse que relutava há tempos para evitar aquilo. Aquilo o quê?

Sempre se manteve forte, sempre afirmava às pessoas que estava tudo bem, afinal de contas, precisava chegar até o final. Final de quê?

Mentia para si mesma. Muitas vezes não percebia que estava enganando-se. Acrediatava-se forte, capaz e todos os adjetivos sinônimos enfim. Ser forte, o que significa isso?

Nos primeiros instantes sentiu vergonha, uma imensa vergonha. Pediu desculpas.

No dia seguinte ouviu de um estranho que não devemos ter vergonha de chorar. Não devemos ter medo de mostrar ao outro que estamos sofrendo, que não estamos bem, que precisamos de ajuda, que precisamos que alguém nos ouça, que nos dê um colo, que nos acarinhe. Esse estranho chega a afirmar que o mal das pessoas de hoje é justamente não admitirem o que sentem.

E ela admitiu. Pelo menos naqueles instantes demonstrou que estava frágil. Não sei se outro a entendeu. Quem entende o que se passa com o próximo?

Mil coisas a atormentam a partir de então. Entendeu que a todo instante estava fugindo de si mesma, que na verdade relutava a conversar consigo, a dar-se um tempo, a ouvir-se. Passou a definir – pelo menos a tentar definir (se é que algo é totalmente definível nesta vida) – o que significa o final. Até que ponto podemos tentar atingi-lo sem esquecermos de nós mesmos, das pequenas coisas, dos pequenos gestos.

Pois ela chorou.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A Trégua.

"É evidente que Deus me concedeu um destino escuro. Nem sequer cruel. Simplesmente escuro. É evidente que me concedeu uma trégua. A princípio, relutei em acreditar que isso pudesse ser a felicidade. Resisti com todas as minhas forças, depois me dei por vencido e acreditei. Mas não era a felicidade, era apenas uma trégua. Agora estou outra vez metido em meu destino. E é mais escuro do que antes, muito mais."

BENEDETTI, Mario. A trégua. Porto Alegre, L&PM, 2008. p. 159.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Serenata.

Cecília Meireles.

Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.

Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.

Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo.

Palavra Encantada.

http://tvig.ig.com.br/Templates/Player.aspx?id=29231&video=palavra-encantada


É apenas o trailer de um documentário Brasileiro.

"As relações entre a literatura e a música brasileira são apresentadas no documentário por meio de entrevistas com artistas brasileiros, que falam sobre seus livros e autores preferidos, cantando e declamando trechos de músicas, que são relevantes no processo de inspiração.

Entre os entrevistados, estão Adriana Calcanhotto, Antônio Cícero, Arnaldo Antunes, BNegão, Black Alien, Chico Buarque, Ferréz, Jorge Mautner, Zé Celso, José Miguel Wisnik, Lenine, Lirinha, Luiz Tatit, Maria Bethânia, Martinho da Vila, Paulo Cesar Pinheiro, Tom Zé e Zélia Duncan."

(Palavra encantada) Brasil, 2008. Direção: Helena Solberg. Produtor:David Meyer, Marcio Debellian. Duração: 83 min.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O Teatro da Vida.

"O mundo é um palco, e homens e mulheres, não mais que meros atores. Entram e saem de cena e durante a sua vida não fazem mais do que desempenhar alguns papéis."
William Shakespeare

domingo, 12 de outubro de 2008

12 de Outubro.





Hoje é dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. É claro que não podia deixar a data de hoje passar incólume, eu tinha que vir tecer meus comentários e homenageá-la.

Nunca comentei aqui sobre questões religiosas. Pois bem, faço-o por ora.

Fui batizada na Igreja Católica. Durante algum tempo ainda em minha vida, frequentei missas. Não fiz a Crisma. E olha que não foi por falta de "incentivo" do padre Sérgio - um francês que veio para o Brasil e que hoje está em algum lugar de São Paulo. [Padre, sinto saudades...]

Bem, frequentava, mas não era assídua. Não sei explicar, mas eu não me sentia ligada, enraizada. Não que esteja com isso querendo criticar! Muito pelo contrário. Verão à medida que for escrevendo aqui.

Sempre gostei de ler horóscopo e afins. Me lembro de minha adolescência, quando ainda existia uma revista da editora globo, Destino, era de lei, todo mês lá ia eu para a banca. Devia ter uns 11, 12 anos nessa época. E claro, não podia faltar, críticas de 'amiguinhas' "você é doida? Deus vai te castigar! É pecado ler horóscopo!". Passei muito tempo de minha vida me sentindo uma herege. "Meus Deus, mas eu não quero ir para o inferno!". Mas faltava-me "coragem" para sequer perguntar a algum padre sobre isso.

Até que, já com meus 20 anos, fazendo faculdade, eis que me veio uma luz. Estudei na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Precisa falar mais? Mas eu vou falar. Estava no “lugar” certo. Porque lá temos que fazer – e no meu caso foram 2 períodos – Cultura Religiosa, matéria que é dada por Padres. Tive a sorte de ter como professor um Padre “mente aberta” – Ulisses é seu nome. Ele deu um trabalho para nós, onde ele dividiu a turma em grupos e designou a cada um que pesquisasse sobre as várias correntes religiosas existentes no mundo. [Parece uma coisa! O meu grupo ficou justamente com o Catolicismo.]. E após a apresentação do grupo que ficou responsável para falar sobre Cabala, eu e um grupo de alunos procuramos por Ulisses para conversarmos a respeito. Foi aí que tive um insight. Na verdade, ele literalmente me disse coisas que me levaram a acreditar que eu “não irei para o inferno” apenas por me interessar por horóscopo. [Mas não quero aqui entrar em detalhes de nossa conversa...]

Neste mesmo tempo conheci o padre Sérgio, com quem tive longas conversas sobre Deus e Nossa Senhora Aparecida. A partir dali, vi claramente que eu não conseguia era pura e simplesmente seguir os Dogmas (de que religião fosse) sem alguns questionamentos e tendo por vezes parte deles sem respostas ou com respostas como as das minhas 'coleguinhas' (crianças...).

Mas nem por isso deixei de ter Fé. Muito pelo contrário. Já fui de pronto atendida por esta que é nossa padroeira e dona deste dia, Nossa Senhora Aparecida! (Não posso me esquecer também de Santo Expedito! Mas o dia dele é outro e fica para outro post).

Hoje tenho clareza que minha Fé independe de qual corrente religiosa eu siga. Ela na verdade parte de dentro de mim. O milagre da vida, as pequenas coisas do dia-a-dia, os pequenos gestos e momentos, tudo isso e muitas outras coisas me fazem acreditar em Deus, em Nossa Mãe, em Jesus!

Nossa Senhora Aparecida, obrigada pelos milagres que operastes em minha vida, intercedendo junto a Deus Pai! Obrigada!

E felizes os que celebram o dia de hoje, pelo simples fato de sua Fé, conseguindo desvencilhar-se dos apelos Capitalistas.

Amém.

sábado, 11 de outubro de 2008

Fernando Sabino.

Hoje é aniversário de morte deste escritor mineiro.

Nasc. 12/10/1923
Morte. 11/10/2004


Abaixo pus uma crônica dele. Gosto bastante.

Como nasce uma história.

Fernando Sabino

Quando cheguei ao edifício, tomei o elevador que serve do primeiro ao décimo quarto andar. Era pelo menos o que dizia a tabuleta no alto da porta.

— Sétimo — pedi.

Eu estava sendo aguardado no auditório, onde faria uma palestra. Eram as secretárias daquela companhia que celebravam o Dia da Secretária e que, desvanecedoramente para mim, haviam-me incluído entre as celebrações.

A porta se fechou e começamos a subir. Minha atenção se fixou num aviso que dizia:

É expressamente proibido os funcionários, no ato da subida, utilizarem os elevadores para descerem.

Desde o meu tempo de ginásio sei que se trata de problema complicado, este do infinito pessoal. Prevaleciam então duas regras mestras que deveriam ser rigorosamente obedecidas, quando se tratava do uso deste traiçoeiro tempo de verbo. O diabo é que as duas não se complementavam: ao contrário, em certos casos francamente se contradiziam. Uma afirmava que o sujeito, sendo o mesmo, impedia que o verbo se flexionasse. Da outra infelizmente já não me lembrava. Bastava a primeira para me assegurar de que, no caso, havia um clamoroso erro de concordância.

Mas não foi o emprego pouco castiço do infinito pessoal que me intrigou no tal aviso: foi estar ele concebido de maneira chocante aos delicados ouvidos de um escritor que se preza.

Ah, aquela cozinheira a que se refere García Márquez, que tinha redação própria! Quantas vezes clamei, como ele, por alguém que me pudesse valer nos momentos de aperto, qual seja o de redigir um telegrama de felicitações. Ou um simples aviso como este:

É expressamente proibido os funcionários...

Eu já começaria por tropeçar na regência, teria de consultar o dicionário de verbos e regimes: não seria aos funcionários? E nem chegaria a contestar a validade de uma proibição cujo aviso se localizava dentro do elevador e não do lado de fora: só seria lido pelos funcionários que já houvessem entrado e portanto incorrido na proibição de pretender descer quando o elevador estivesse subindo. Contestaria antes a maneira ambígua pela qual isto era expresso:

. . . no ato da subida, utilizarem os elevadores para descerem.

Qualquer um, não sendo irremediavelmente burro, entenderia o que se pretende dizer neste aviso. Pois um tijolo de burrice me baixou na compreensão, fazendo com que eu ficasse revirando a frase na cabeça: descerem, no ato da subida? Que quer dizer isto? E buscava uma forma simples e correta de formular a proibição:

É proibido subir para depois descer.

É proibido subir no elevador com intenção de descer.

É proibido ficar no elevador com intenção de descer, quando ele estiver subindo.

Descer quando estiver subindo! Que coisa difícil, meu Deus. Quem quiser que experimente, para ver só. Tem de ser bem simples:

Se quiser descer, não torne o elevador que esteja subindo.

Mais simples ainda:

Se quiser descer, só tome o elevador que estiver descendo.

De tanta simplicidade, atingi a síntese perfeita do que Nelson Rodrigues chamava de óbvio ululante, ou seja, a enunciação de algo que não quer dizer absolutamente nada:

Se quiser descer, não suba.

Tinha de me reconhecer derrotado, o que era vergonhoso para um escritor.

Foi quando me dei conta de que o elevador havia passado do sétimo andar, a que me destinava, já estávamos pelas alturas do décimo terceiro.

— Pedi o sétimo, o senhor não parou! — reclamei.

O ascensorista protestou:

— Fiquei parado um tempão, o senhor não desceu.

Os outros passageiros riram:

— Ele parou sim. Você estava aí distraído.

— Falei três vezes, sétimo! sétimo! sétimo!, e o senhor nem se mexeu — reafirmou o ascensorista.

— Estava lendo isto aqui — respondi idiotamente, apontando o aviso.

Ele abriu a porta do décimo quarto, os demais passageiros saíram.

— Convém o senhor sair também e descer noutro elevador. A não ser que queira ir até o último andar e na volta descer parando até o sétimo.

— Não é proibido descer no que está subindo?

Ele riu:

— Então desce num que está descendo.

— Este vai subir mais? — protestei: — Lá embaixo está escrito que este elevador vem só até o décimo quarto.

— Para subir. Para descer, sobe até o último.

— Para descer sobe?

Eu me sentia um completo mentecapto. Saltei ali mesmo, como ele sugeria. Seguindo seu conselho, pressionei o botão, passando a aguardar um elevador que estivesse descendo.

Que tardou, e muito. Quando finalmente chegou, só reparei que era o mesmo pela cara do ascensorista, recebendo-me a rir:

— O senhor ainda está por aqui?

E fomos descendo, com parada em andar por andar. Cheguei ao auditório com 15 minutos de atraso. Ao fim da palestra, as moças me fizeram perguntas, e uma delas quis saber como nascem as minhas histórias. Comecei a contar:

— Quando cheguei ao edifício, tomei o elevador que serve do primeiro ao décimo quarto andar. Era pelo menos o que dizia a tabuleta no alto da porta.


Extraída do livro "A Volta Por Cima", Editora Record - Rio de Janeiro, 1990, pág. 137.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Um poema para refletir.

Ensinamento

Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.


Adélia Prado.

A conheci na faculdade, através da professora de Teoria da Literatura, quando esta nos designou fazer um trabalho de análise literária sobre poemas - de Adélia - escolhidos por ela aleatória e individualmente.

Adélia fala das coisas simples, de forma simples e ao mesmo tempo com uma riqueza e profundidade de ensinamento incríveis. É assim que a vejo e é por isso que hoje resolvi colocar aqui este poema, que sintetiza o que penso acerca de sua literatura.

O Mundo de Sofia.


Em Janeiro de 2006, numa promoção de um dado site, que já nem existe mais, ganhei o livro O Mundo de Sofia - Romance da História da Filosofia, de Jostein Gaarder. Mas nunca me pus a aventurar em sua leitura.

Há duas semanas atrás, determinei a mim mesma que devo lê-lo ainda este ano! (Senão fará outro aniversário...).

Sempre tive interesse em saber mais do que nos é dito sobre filosofia quando estudamos. Ainda estou nas primeiras 100 páginas do livro (o mesmo tem umas 500 e poucas), e estou achando interessante. Outro dia (na verdade noite, porque apenas o leio antes de me deitar) me peguei literalmente viajando pela história, quando é relatada a visita da personagem Sofia e de sua amiga Jorunn a uma cabana que sua mãe afirma ser "abandonada". Enquanto durou aquela minha leitura, eu simplesmente me desliguei do resto e passei a "sentir" o instante das personagens! Confesso que estou louca para chegar até o final e saber qual a "descoberta" de Sofia! (Vale ressaltar que a história dela é mais um pano de fundo para tratar de filosofia. Ou seria o contrário?...). Alguém podia me responder...


Sinopse:

Às vésperas de seu aniversário de quinze anos, Sofia Amundsen começa a receber bilhetes e cartões postais bastante estranhos. Os bilhetes são anônimos e perguntam a Sofia quem é ela e de onde vem o mundo em que se vive. Os postais foram mandados do Líbano, por um major desconhecido, para uma tal de Hilde Knag, jovem que Sofia desconhece. O mistério dos bilhetes e dos postais é o ponto de partida deste romance, que vem conquistando milhões de leitores em todos os países em que foi lançado. De capítulo em capítulo, de 'lição' em 'lição', o leitor é convidado a trilhar toda a história da filosofia ocidental - dos pré-socráticos aos pós-modernos -, ao mesmo tempo em que se vê envolvido por um intrigante thriller que toma um rumo muito surpreendente.


"A capacidade de nos surpreendermos é a única coisa de que precisamos para nos tornarmos bons filósofos (...) E agora tens que te decidir, Sofia: és uma criança que ainda não se habituou ao mundo? Ou és uma filósofa que pode jurar que isso nunca lhe acontecerá?... Não quero que tu pertenças à categoria dos apáticos e dos indiferentes. Quero que vivas a tua vida de forma consciente."



domingo, 5 de outubro de 2008

Seminário.

Ontem fui ao 3° seminário de práticas escolares da FDG.

Gostei muito da palestra da Lya Luft. Por um instante achei que as pessoas presentes (com exceção de mim) a repreenderiam quando ela emitiu opinião sobre o que acha da educação. Ela disse que temos que exigir mais de nossas crianças e jovens, temos que mostrá-los que a vida não é lúdica, e sim dura - que a hora de brincar é a do recreio. Disse isso em contrapartida ao que foi dito por vários participantes antes dela, que insistem em dizer que temos que "transformar" nossas aulas, torná-las mais interessantes... enfim... todo um discurso que não concordo. Como disse, se não me engano foi Rubem Alves, que "não existe aprendizado sem dor".

Apreciei também Augusto Cury. Nunca havia lido um livro sequer. Sou meio crítica quanto a livros de auto-ajuda e afins. Sou daquele tipo "ah, eu já sei disso". Mas não ponho na prática.

Naquele instante, porém, muito do que ele disse caiu como uma luva para mim. Então, não resisti e comprei não um, mas dois livros dele, e, claro, não pude vir sem antes pedi-lo que os autografasse.... bem.

Valeu a pena as 12h que passei no sábado, finalizando todo o evento com um belo show de Paulinho Pedra Azul.

A vida é assim... Temos que aproveitá-la... Aprendermos sempre!
Até breve...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

De Encontro com o Amor.


Ainda falando sobre cinema... Gosto muito de assitir filmes, apesar de fazê-lo pouco.

Mas hoje resolvi ir à locadora procurar por algo que naquele momento me chamasse a atenção. Escolhi De encontro com o amor.

Sinopse:

Jeremy Taylor (Joshua Jackson) é um jovem escritor que está à procura de seu ídolo, Weldon Parish (Harvey Keitel). Parish vive atualmente recluso, decisão que tomou após passar por um grave bloqueio criativo. Jeremy consegue encontrá-lo no interior da Itália e, após uma resistência inicial, consegue se aproximar e tornar-se seu amigo. Parish passa então a lhe dar ensinamentos para que possa lapidar seu talento, ao mesmo tempo em que Jeremy se apaixona por Isabella (Claire Forlani), filha de seu mestre.

Gostei muito do filme. Trás uma mensagem muito positiva para os dias corridos em que vivemos, onde abdicamos de nossos sonhos e desejos e vivemos apenas em função do capitalismo selvagem.



"Todos precisam de um pouco de loucura; é o que nos livra da dor deste mundo."

Mamma Mia.


Ontem fui ao cinema assistir o filme Mamma Mia. Adorei, dei boas risadas.

É um filme leve, alto-astral, que te faz desligar do mundo à volta. Dá até vontade de sair dançando junto com as personagens.

Ah, para inteirar mais: é baseado num musical montado há tempos (não sei quantos) atrás.

Vale a pena ver.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Vontade de...




Camille Pissarro
... estar num lugar assim... vontade de descansar minha alma...


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Machado de Assis.




Hoje faz cem anos da morte deste que é considerado um do maiores autores Brasileiros.


Sou leitora e adoradora de seus textos. E como não podia deixar essa data passar incólume, reproduzo aqui um trecho de um dos livros que gosto muito [apesar que fica meio difícil dizer de qual gosto mais...]... enfim....



"AO LEITOR


QUE STENDHAL confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, cousa é que admira e consterna. O que não admira, nem provavelmente consternará é se este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinqüenta, nem vinte, e quando muito, dez. Dez? Talvez cinco. Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne, ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio. Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a gente frívola não achará nele o seu romance usual, ei-lo aí fica privado da estima dos graves e do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião.

Mas eu ainda espero angariar as simpatias da opinião, e o primeiro remédio é fugir a um prólogo explícito e longo. O melhor prólogo é o que contém menos cousas, ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado. Conseguintemente, evito contar o processo extraordinário que empreguei na composição destas Memórias, trabalhadas cá no outro mundo. Seria curioso, mas nimiamente extenso, e aliás desnecessário ao entendimento da obra. A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus.


Brás Cubas"



CAPÍTULO PRIMEIRO /ÓBITO DO AUTOR


"ALGUM TEMPO hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco."



Trecho retirado de Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis.

Tempo...




Estava sempre ali. Estava sempre à disposição. Para quem precisasse. Para quem quisesse ver. Para o que viesse. Para o que desse.

Mas ninguém via. Ninguém queria ver... Precisar, precisavam... ah! Como era solicitado! Resolvia tudo para todo mundo. Entendia um pouco de tudo!

Incompreensão.

Fora apontado diversas vezes de não estar onde sempre esteve! Não fazer o que sempre fizeste... De se omitir do que somente ele sabia.

Cegueira conveniente! Isso mesmo! Só vêem quando lhes importam. Esqueceram que era também humano... Achavam que deveria estar lá sempre quando Eles desejavam, e não somente o quando era necessário [e possível, visto que também tem vida própria!].

Adoeceu.

Sentirão sua falta? Perceberão que não estava lá? Perguntarão por ele?

Talvez... talvez nos primeiros instantes de suas necessidades [que nem sempre são tão necessárias assim...].

Logo esquecerão. Tudo é questão de tempo. Tudo é questão de conveniência. A questão é até que se encontre substituto.

Ninguém é insubstituível.

Mas jamais se lembrarão do quanto ele se doou. Do quanto de tempo, aquele mesmo que faz as coisas se perderem, ele dedicou.

Próximo...

domingo, 28 de setembro de 2008

Ainda falando sobre a primavera...


Nas minhas andanças pela net, encontrei uma tira da Mafalda sobre a Primavera. Resolvi postá-la aqui no blog. [Deixo desde já aqui expresso meu gosto por esta personagem].


Ao ler tal tira, me pus a refletir sobre o significado desta estação que por ora se faz "presente" entre nós (sem deixar de comentar que o tempo anda meio 'louco' e, sinceramente, não sei se as estações climáticas ainda podem ser tão bem 'delimitadas'... mas isso é assunto para outro post)... Continuando... é o símbolo da vida, do renascer, de mais um ciclo que (re)começa...



Simples assim...

POEMINHA DO CONTRA

"Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!"


Mário Quintana

Divagações pela Net...

Pensar, escrever, conversar consigo...

Acho que encontrei algo interessante... pena não mais ativado... enfim...

Mas vale a pena ler... encontrei alguém que pensa como eu também penso... mas que diferentemente de mim, escreve... ou melhor... consegue através de uns riscos no papel... ou na tela do computador... expressar o que pensa...

E você, o que acha?

Vale a pena ler o que este "magrelo topetudo de sapatos vermelhos" já escreveu...


Fui...

http://www.anonimoincognito.net/

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Olhando o Luar Literalmente!!!!


Gente!!!!! Somente hoje me dei conta que não contei aqui minha m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a experiência de Literalmente Olhar o Luar!!!

Isso mesmo!!! Fui com uma turma de alunos da escola na qual trabalho ao Observatório da UFMG na serra de Caeté, aqui em Minas. Foi lindo ver a lua de tão perto!...
Amei!

Vimos também Júpiter... Mas minha paixão é por ELA.... rsss...
Depois volto e conto com detalhes... por ora estou só de passagem, como já há algum tempo... muitas tarefas... fazendo pós-graduação... não sobra tempo pra escrever aqui e dar continuidade ao blog... snif....


E sonhe com ela...




Primavera




Cecília Meireles


"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.


Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.


Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.


Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.


Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim.


Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.


Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.


Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera."



Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.



segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Quanto Tempo!...



Somente hoje me dei conta do tempo que fiquei sem postar!


segunda-feira, 14 de julho de 2008

Precisa comentar?...




Quem souber o nome do criador... Por favor, para que eu dê os devidos créditos.

domingo, 22 de junho de 2008

Chá de sumiço!!!

Tanta coisa tem acontecido pelos últimos tempos!!! Até "novas atividades" estou exercendo...

Descobri que tenho "dotes" manuais. Estou aprendendo (na base de pesquisa pela net) tricô e croche! Já cheguei a vender 2 peças que eu confeccionei em croche, sem nunca ter tido uma aula sequer!!!

Talvez depois volte para comentar sobre isso...

domingo, 11 de maio de 2008

Feliz Dias Das Mães!!!





Felicidades não somente a elas, como também a nós filhos, por tê-las ao nosso lado!!!

Ócio Não Criativo...

Desculpem-me pelas não postagens em tantos dias...

Acho que o título desta já indica o por quê!

Até mais...

terça-feira, 29 de abril de 2008

Ah, Sim, a Velha Poesia...

Poesia, a minha velha amiga...
eu entrego-lhe tudo
a que os outros não dão importância nenhuma...
a saber:

o silêncio dos velhos corredores
uma esquina
uma lua
(porque há muitas, muitas luas...)
o primeiro olhar daquela primeira namorada
que ainda ilumina, ó alma,
como uma tênue luz de lamparina,
a tua câmara de horrores.
E os grilos?
Não estão ouvindo, lá fora, os grilos?
Sim, os grilos...
Os grilos são os poetas mortos.

Entrego-lhes grilos aos milhões um lápis verde um retrato
amarelecido um velho ovo de costura os teus pecados
as reivindicações as explicações - menos
o dar de ombros e os risos contidos
mas
todas as lágrimas que o orgulho estancou na fonte
as explosões de cólera
o ranger de dentes
as alegrias agudas até o grito
a dança dos ossos...

Pois bem,
às vezes
de tudo quanto lhe entrego, a Poesia faz uma coisa que
parece que nada tem a ver com os ingredientes mas que
tem por isso mesmo um sabor total: eternamente esse
gosto de nunca e de sempre.

Mário Quintana

Flores.



segunda-feira, 28 de abril de 2008

28 de Abril

DIA DA EDUCAÇÃO

A (in)capacidade de (não) relativizar.

“...Mais inteligente é aquele que sabe que não sabe...”
Sócrates.

Às vezes me ponho a pensar sobre isso. Às vezes não, sempre! Cotidianamente! Me “incomoda” profundamente a pseudo-inteligência que algumas pessoas gostam de demonstrar. A capacidade que muitas têm de observar apenas o próprio umbigo, e acharem, em suas prepotências, que são as únicas donas da razão. Está certo, eu também não sou a única dona da razão.

Percebo que grande parte das pessoas têm dificuldade em ter uma visão ampla, pensando sempre numa mesma questão, sob vários pontos de vista. Sim, isso se faz necessário, pois tudo é relativo. Uma dada situação, para cada uma das partes envolvidas – pressupondo-se que haja mais de uma – será vista de uma maneira diferente! E por que as pessoas não pensam nisso? Por que não conseguem ver que além delas, há outras coisas/pessoas que serão atingidas ou beneficiadas com a atitude que venham a ter?

Regras foram feitas para serem cumpridas. O direcionamento hierárquico se faz necessário, ou então, ao tentar, cada um dos “envolvidos”, expor e fazer valer (o que pensam ser) seus direitos, haverá uma baderna só. Imagine, se no dia-a-dia, cada um de nós tentássemos agir conforme nossas “verdades”? O caos estaria implantado, “só isso”...

As pessoas têm sim, que exporem seus pontos de vista. Seja no trabalho, em casa, em suas relações sociais, enfim. Só não dá para olhar apenas em uma única direção. A capacidade de análise crítica e de entendimento é importante. Bom senso então, é fundamental.

domingo, 27 de abril de 2008

Dia de Clássico.



Esqueci de comentar mais cedo. Quando me lembrei, já estava na hora do jogo. Preferi então, assisti-lo e comentar depois. Não podia perder. Principalmente por se tratar de um Clássico do Futebol aqui de Minas. E como sempre, imprevisível.

É Campeonato Mineiro. Atlético comemora neste ano de 2008 seu centenário. Mas acho que o Cruzeiro jogou areia no ventilador do rival: ganhou o jogo de hoje por 5 x 0. Só perde a final por Milagre.

Acho que não foi dessa vez.

Em tempo: Só a título de comentário, nosso atual Governador, Aécio Neves, é Cruzeirense.

Meu time? Sou mineira, uai.

Sensações...

Viver...
Sentir...
Fazer...
Acontecer...

Vontade de quê?

Indefinida...
São tantas...
Infinitas?


Observar...
Focar...
Olhar?
Contar...

O quê?

A Vida!

Bom Domingo!!!




Claude Monet

sábado, 26 de abril de 2008

Meditações...




Hoje é um daqueles dias em que não quero muitas coisas... Estou com um pouco de desânimo... Estou apenas com a vontade de curtir, de sentir o dia, as horas, o tempo... Observar apenas, sem emitir "juízos de valor".


Decidi "navegar" um pouco pela net. E encontrei blogs interessantes. Não estou aqui para fazer propaganda de ninguém, apenas para partilhar coisas que acho que nos acrescentam algo.


Não conheço os donos dos respectivos blogs, mas enfim... Posto aqui o link de um deles, para que se alguém quiser conhecê-lo... http://sem-olhar.blogspot.com/


Um bom sábado.

Uma reflexão...

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

Clarice Lispector

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Um olhar...



Um poema para apreciar e meditar!

Há metafísica bastante em não pensar em nada.

O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?

Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).

O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.

Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?

"Constituição íntima das cousas"...
"Sentido íntimo do Universo"...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em cousas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.

Pensar no sentido íntimo das cousas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.

O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!

(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)

Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.

E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora


Alberto Caeiro

A Internet e o bom senso.

De um tempo pra cá, tenho acompanhado mais de perto as comunidades das quais faço parte no orkut. Mesmo que não chegue a postar nas mesmas, apenas leio os tópicos. E tenho visto algo que tem me incomodado bastante. Estamos na internet. Local de “trânsito rápido”, todo tipo de gente e de informação, fatalmente sem muito controle, pela falta de possibilidade mesmo. Fato é que encontraremos muitas pessoas sérias, dispostas mesmo a compartilharem informação, como também o é que encontraremos outras tantas, dispostas apenas a semearem discórdia e afins...

Sempre me incomodou a capacidade de alguns de não terem uma visão abrangente do que quer que aconteça – desde entender o lado do outro até regras maiores que nos são impostas pelos bons costumes* - e tenho percebido isso claramente em algumas comunidades do Orkut.

Acho lamentável que as pessoas, em pleno século XXI, ainda não consigam conviver em harmonia, respeitando o “quadradinho” do outro, sabendo que quando ultrapasso o limite do bom senso, também posso ser atingido na parte que “me toca”. Está certo, muitos dirão “ah, mas é só observar o mundo afora e verá isso acontecendo o tempo todo” ou então “aprendemos com as adversidades”. Ok! Concordo! Mas também não posso aceitar que aqueles que estão ali, a serviço “do bem”, sejam apedrejados pelos Fakes de plantão, que muitas vezes semeiam a discórdia e não conseguem sustentar/argumentar seus pontos de vista; que clamam pelo “direito de livre expressão”, apenas para eles, esta é bem a verdade, porque quando é da outra parte, cabe o ditado “pimenta nos olhos dos outros é refresco”.

Acho a internet uma ferramenta de suma importância para a nossa vida – no que tange às facilidades. Lamento apenas que o homem não tenha acompanhado na mesma velocidade, no que tange à sua evolução de Ser Humano – com direito a tudo que isto representa.


*isso é assunto para outro tópico...

Reflexões...

Estou pensando sobre o blog. Do que exatamente ele tratará. Decidi que não terá um assunto específico. Será de acordo com meu estado de espírito. (A rima não foi intencional...)

Apesar de gostar de literatura, não me meto a escrever (não em termos poéticos e afins...). Portanto, à medida que eu for encontrando coisas interessantes, posto-as aqui. Ou quando encontrar notícias que considere importantes, ou simplesmente expor o que estou pensando naquele momento.

É isso.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Primeira Postagem!

Há muito tempo venho querendo criar um blog. Mas como disse em meu perfil, não sei se tenho vocação para "blogueira".

Enfim...

Resolvi criá-lo.

Não tenho grandes intuitos. Quero apenas expressar aqui um pouco de mim. E esse pouco costuma ser um pouco de tudo. Gosto de poesia, literatura. Gosto de trocar idéias. Pensar. Penso muito. O tempo inteiro. Mas nem sempre consigo expressar tudo o que penso. Vou tentar.

Já é um começo...

terça-feira, 18 de março de 2008

Redes


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domingo, 16 de março de 2008

Este blog possui a Creative Commons License

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Este blog respeita a Lei n°.9610/98, de Direitos Autorais. Violá-la é crime.

Plágio é crime previsto também no art. 184 do Código Penal.



Este blog utiliza a protecção do QMA

Sobre o Blog

Este é um espaço que utilizo para expor meus textos - sim, porque depois que resolvi criar este blog percebi que conseguia expressar o que outrora apenas guardava comigo, em vãos pensamentos -, minhas visões das coisas, literatura, cinema, música... É um lugar que compreende um pouco de tudo isso. Mas não tenho nenhuma pretensão em ser autobiográfica no que escrevo, nem ficcionista simplesmente. Qualquer semelhança é - ou não - mera coincidência...

Espero que goste!



Como começou

Quando resolvi criar este blog, minha intenção primeira era apenas ter um espaço onde expor minhas idéias. Tanto, que a princípio não o divulguei a ninguém e optei por não me identificar, usando um 'pseudônimo' Luar. Mas a situação foi tomando um rumo que contrariava as idéias iniciais. Me pus a refletir. E passei a conhecer pessoas nesse universo da blogosfera. E vi muita coisa interessante e pensei 'porque não compartilhar com as pessoas minhas idéias'?

Assim passei a fazer e pude perceber que de alguma forma eu conseguia tocar as pessoas, faze-las muitas das vezes refletirem. E achei isso muito bom.


A origem do nome Olhar O Luar

Como pode ser visto no cabeçalho do blog, há um poema de Fernando Pessoa, poeta Português. Este é o poema que mais gosto, onde ele fala que devemos ser inteiros em tudo que fazemos e usa a Lua como exemplo/metáfora, que ela brilha toda no lago, porque alta vive. Então, refletindo sobre o poema, resolvi ser como a Lua, ser inteira, eu mesma, em tudo. E a forma que utilizo para expressar é a escrita que compartilho aqui neste espaço.

Enfim, espero ter conseguido expressar aqui minhas razões quanto ao blog. Espero também poder continuar a expressar um pouco de mim ainda por muito tempo.